[Ubuntu-BR] Os perigos do Google como único filtro da realidade
Renato Alvim
renato.alvim em gmail.com
Sábado Fevereiro 5 17:23:28 UTC 2011
Excelente matéria!
repassarei a todos, para alertá-los, se me permitir.
Citando as fontes, claro.
Em 5 de fevereiro de 2011 14:17, Misael <mtorresmbr em gmail.com> escreveu:
> http://revolutas.net/index.php?INTEGRA=514
>
> Os perigos do Google como único filtro da realidade
>
> Procurar qualquer coisa naquele retângulo mágico do buscador Google. Se
> não aparecer nada talvez “a informação que buscamos não exista”. Será?
>
> Silvio Mieli
>
> “No início do terceiro milênio, estamos diante de uma situação única na
> história, que faz com que uma corporação privada da América determine a
> maneira pela qual buscamos informações”. Assim começa a primeira parte
> da “Pesquisa sobre os perigos e oportunidades apresentados pelos
> programas de busca na internet (Google, em particular)”, desenvolvida ao
> longo do ano passado pelo Instituto de Sistemas da Informação e
> Computação da Universidade de Tecnologia de Graz, na Áustria. O projeto
> foi coordenado pelo Prof. Hermann Maurer e financiado pelo Ministério
> austríaco dos Transportes, Inovação e Tecnologia – o estudo completo
> pode ser baixado aqui:
> http://www.iicm.tugraz.at/iicm_papers/dangers_google.pdf
>
> A pesquisa questiona uma atitude natural dos usuários da intenet:
> procurar qualquer coisa naquele retângulo mágico do buscador Google. Se
> não aparecer nada talvez “a informação que buscamos efetivamente não
> exista”. Será?
>
> O objetivo do trabalho, cujos resultados foram pouco divulgados pela
> mídia corporativa, é demonstrar o comportamento monopolista da empresa
> Google, além de denunciar o que os pesquisadores chamaram de “Síndrome
> Google de Copiar e Colar”. Trata-se da emergência de uma geração de
> “pesquisadores” que limitam-se a fazer uma colcha de retalhos de
> informações pinçadas no Google, travestidas de trabalhos escolares ou
> acadêmicos, sem ao menos citar as fontes.
>
> A apresentação da pesquisa austríaca vai direto ao ponto: “para qualquer
> um que encare a questão fica claro que o Google acumulou um poder que
> acabou se constituindo numa ameaça à sociedade”, já que transformou-se
> na principal interface entre a realidade e o pesquisador na internet. O
> Google tem o monopólio dos programas de busca e invade massivamente a
> privacidade das pessoas. Sem enfrentar limitações de qualquer natureza,
> o Google conhece particularidades dos indivíduos mais do que qualquer
> outra instituição, “transformando-o na maior agência de detetives do
> planeta”. A influência do Google na economia é direta, principalmente na
> maneira pela qual os anúncios são exibidos (quanto mais a empresa pagar,
> maior visibilidade o anúncio terá). Aliás, parte do seu faturamento,
> superior a 16 bilhões de dólares em 2007, deve-se à sua estratégia de
> publicidade online através dos links patrocinados.
>
> Hierarquia
>
> Desde o primeiro programa de buscas na internet, o Altavista, lançado em
> dezembro de 1995, vive-se a sensação do dado bruto transformar-se em
> conhecimento, em informação viva. Com o aparecimento do Google, fundado
> em 1998 pela dupla Larry Page e Sergey Brin, jovens doutorandos da
> Universidade Stanford, na Califórnia, passou-se para um outro patamar de
> programas de busca. Brin definiu que as informações na web deveriam ser
> organizadas numa hierarquia de popularidade. Ou seja, quanto mais um
> link leva a uma página específica mais a página merece ser ranqueada nos
> resultados do programa de busca. Outros fatores, como o tamanho da
> página, número de mudanças, atualizações constantes, títulos e links no
> texto foram incluídos na programação (algorítmo) do Google. Lentamente o
> programa implantou um processso de hierarquização das informações que
> passou a ser aceito sem contestações. Em março de 2007 o Google atingia
> 53,7% do mercado dos buscadores da rede (segundo dados da Nielsen/
> NetRatings).
>
> Considerando-se que muitas das informações que circulam na internet
> partem de indicações do Google ou da Wikipédia (a grande enciclopédia de
> conteúdo “aberto” da internet), Stephan Weber, co-autor do projeto da
> Universidade de Tecnologia de Graz, denuncia uma espécie de
> “Googlarização da realidade”, já que existem fortes indícios que o
> Google e a Wikipédia operam a partir de uma espécie de parceria. Os
> pesquisadores escolheram ao acaso 100 verbetes em alemão e outros 100 em
> inglês do índice de A a Z da Wikipédia e colocaram estas palavras-chave
> em quatro grandes programas de busca (Google, Yahoo, Altavista e Live
> Search). O Google registrou 91% dos resultados das entradas da Wikipedia
> (em alemão). Para os sites em inglês os resultados atingiram 76% de
> registros no Google. “Parece evidente que o Google está privilegiando os
> sites da Wikipedia em seu ranque”, concluiu a pesquisa, seguida pelo
> Yahoo (56% em alemão e 72% em inglês).
>
> Plágio
>
> A segunda seção da pesquisa dedica-se à emergência de uma nova técnica
> cultural e suas implicações sócio-culturais: o plágio (a tal síndrome do
> “Copiar e Colar”) e suas relações com os conceitos contemporâneos de
> propriedade intelectual. O estudo cita o caso de um ex-aluno de
> psicologia da Universidade Alpen-Adria de Klagenfurt, na Áustria, que
> elaborou a sua tese de doutorado com mais de cem fragmentos copiados da
> internet. As primeiras páginas da tese eram uma colagem de vinte sites,
> muitos dos quais sem o menor rigor científico. Diante do plágio, a
> universidade passou a aplicar um software alemão de detecção de cópias
> chamado Docol©c (http://www.docoloc.de/), cujos resultados ainda estão
> sendo testados.
>
> A proposta prática da pesquisa é a de reduzir a influência do Google a
> partir do desenvolvimento de outros programas de busca especializados na
> Europa, desvinculando a hierarquia comercial do livre fluxo de dados
> públicos que circulam pela internet.
>
> Assim como o estadunidense Gerg Venter, dono da empresa Celera, pretende
> mapear o código genético de tudo o que é vivo para patentear e vender, o
> Google parece querer codificar todas as informações circulantes no
> planeta, segundo critérios que nem sempre privilegiam o interesse
> público. Mais do que enfatizar o Google como “a empresa do séc.XXI”, a
> Universidade de Granz presta um grande serviço ao conscientizar os
> internautas dos limites e perigos dessa estratégia e, ao mesmo tempo,
> conclama os pesquisadores a uma ação imediata que impeça a
> “googlalização da realidade”.
>
> Silvio Mieli é jornalista e professor da faculdade de Comunicação e
> Filosofia da Pontifícia Universidade Católica (PUC - SP).
>
> Brasil de Fato - 03/06/2008
>
>
> FONTE: Brasil de Fato
> SITE: www.brasildefato.com.br
> PUBLICAÇÃO: 10/06/2008
> --
> Abraços,
> Misael
>
> http://twitter.com/mtorresmbr
> http://identi.ca/mtorresmbr
> --
> Mais sobre o Ubuntu em português: http://www.ubuntu-br.org/comece
>
> Lista de discussão Ubuntu Brasil
> Histórico, descadastramento e outras opções:
> https://lists.ubuntu.com/mailman/listinfo/ubuntu-br
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